Poema de sete vultos

Co’a fronte tingida de purpúreo estupor

Estática diante do revelado:

Indômita do abissal emerge tal dor

Que antes havia o coração alastrado.

Reminiscências irrompem o torpor

E relembram o inato, intrínseco fado:

“Vai, Carlos! ser gauché na vida”, a dispor

Da confusão e da dúvida – consumado.

De viés espreito o rugir do tumulto

No seu zênite d’ébria balbúrdia:

Como que numa flamante chama envolto,

Iroso maldigo do mundo a perfídia

De com o ermo mental, jocoso e inculto

Fazer-me tão mero complemento – o vulto...

Dezembro de 2013