O relógio, a oração, os cães e a questão.

Nem todas as vezes que o relógio andou,

eu pude testemunhar.

E por mais difícil que seja admitir,

não senti falta alguma de estar ali.

Tenho consciência de que cada pôr do sol

que eu guardei em uma possibilidade,

algum dia se tornará o motivo

de uma oração descoordenada.

Independente de eu estar ai ou não,

a grama cresceu verde como é seu destino fazer.

Cada um dos cachorros que antes só ladravam,

agora se colocaram a morder.

E a lua que sempre permaneceu quieta em seu lugar,

fez o meu papel e começou a nos vigiar.

A criança que um dia se pôs a olhar,

hoje não faz questão de continuar.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 17/04/2013
Código do texto: T4244662
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