TÚNEL DO TEMPO
TÚNEL DO TEMPO
Meus pés descalços na contra mão
O vento na volúpia da imensidão
O eco do espaço entre o sim e o não
O compromisso da estação
A luz a sombrear o sol
A lua a clarear a escuridão
O conflito entre o erro e a imperfeição
Na lágrima da emoção
O grito sussurrando o luto
E o silencio aplaudindo a razão
Quantos saltos ao fracasso
No abraço da realização
Teu pulso jorrando aço
Teus passos na proporção
Da quantia farta
Rostos amarelados pelo ódio
Diante do perdão
Rasgam o papel da história
A tinta da memória...
O sal e a rotina
Sangrando a vida
No doce sonho da redenção
Homens famintos de si
Ao encontro do riso
Fazem do precipício
Um parapeito do viver
Sem sentirem na língua
O gosto santo da entrega
Pelo amor e pelo saber.
Poesia Marisa Zenatte