O tempo da verdade

Tão linda eras tú que eu encantei-me pela beleza perdida,

Entre os cachos ondulados de capillus Dourados enfeitiçava-me,

Era como olhar um campo manso, verde fumegante seus olhos,

E teu sorriso como uma orquestra: l'amore, l'amore, ah! l'amore.

Quando nos vimos pela primeira vez tudo foi tão lindo, tão mágico,

Havia simetria no olhar, era “a perfeita simetria, éramos duas metades iguais”.

Mas da última vez que falou comigo eu não sabia com quem falava,

Falastes comigo apenas para colher provas contra mim,

Tornas-te minha amiga para colher o meu desabafo escrito,

Mas qual prova encontraram contra mim senão o amor, qual?

Quantas pretensões, quanta estupidez, subestimam-me.

E o amor mais uma vez ficou em segundo plano.

Quem dera pensar que esses planos fossem seus,

Quem dera pensar que essas ideias eram suas,

Seus passos foram guiados pela certeza mais incerta,

E a lei como antes, cai na fornalha de vexame,

Mas de quem é a culpa? De quem? Minha ou sua?

Assim a palavra cessa... Não se diz mais nada,

Querem parar, querem determinar o fim...

Quanta estupidez, quanta pretensão, quanto cinismo.

Mas que imagem terei eu de você? A do ontem? Ou a do hoje?

Qual das duas dizem quem tú és de verdade?

Oh Deus! cobre-me com teu manto sagrado

E não deixes que eu seja pego de surpresa

Também pela estupidez que cerca a todos.

Mostra-me o justo e o correto, para que eu não queime,

Para que eu não trate injustamente quem eu amo.

Que o tempo seja aniquilado, e que sobre o sabor da verdade,

Então Senhor, não sou eu “digno de que entreis em minha morada,

Mas dizei uma só palavra e eu serei salvo”. Amém.

TAS
Enviado por TAS em 22/05/2012
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