Baile de Máscaras
Brilho fantástico cintila no cristal dos lustres
Risadas folgazãs ecoam no salão de grande gala
Música álacre envolve os convidados ilustres
Ergam as taças, brindemos à euforia que não cala!
Muitos creem viver num delirante baile sem fim
A exibir suntuosas máscaras de talhe refinado
Plumas, pedrarias, lantejoulas, finíssimos cetins
Arrematam a aparência de primor tão almejado.
Mas oh, suprema decepção! O encanto se desfaz!
A realidade em sua crueza não tarda a aparecer
Nascente luz do sol evidencia que a alegria falaz
Impediu os convivas de perceberem sua ilusão fenecer.
O exterior belo que ainda há pouco ostentavam
Não passava de fantasia que acreditavam genuína
Vestes em andrajos, máscaras trincadas, eles choravam
Com o desnudamento do orgulho, sua própria ruína!