(Des)encontros

Que olhares desfigurados,

Que vida débil e desamparada

Caminhos incertos de uma alma desolada

Afinidades de gestos afortunados.

Erros, de um erro passado

Promessas de um futuro antecipado

Versos de ambiguidade

Onde permanece a saudade.

Tu, ser obstinado

De doçura amarga implacável

De direitos e fraqueza admirável,

Comigo partilhaste o espaço desaforado.

Da tua triste ironia

Capto a essência da verdade

De dois mundos fora de sintonia

Onde vislumbro tremenda e fútil falsidade.

Num abraço apertado,

Nunca antes realizado

Levo-te de maneira inconsciente

Perco-te de maneira ciente...

Não te espero, não te chamo,

Nesta minha rebelde solidão

Falsamente te amo

Verdadeiramente tens minha gratidão.

_Abreuwords