Sue sua fonte

idéias... mentalizo-as, nada me vem na cabeça

imaginação... coleção...coração...dor...amor...ódio...cinza

olho e tudo se quebra, como vidro e já era

não me importa nada mais, vou até ali, não posso mais ver

o que eu gostaria de poder um dia ser!

deixei de ser eu, meu peito já não existe

ele se perdeu com seus cacos da vidraça

a qual atirei a pedra, Jesus, fui eu?

volto e retorno para casa, não há lar

não há um sequer lugar para eu me acomodar

vou até a igreja, as portas estão fechadas

não há banco de praça ou uma mão ali do lado

vou até aquele lugar onde eu costumava ir

mas não há mais aquela luz imensa verde envolta dele

sumiu, tudo desapareceu num instante inconstante

tudo foi levado quando meu coração quebrou na ponte

quando o carro passou e me levou num acidente

ainda vejo o sangue escorrendo de meus olhos

não sinto mais dor, não tenho mais nenhum lampejo de amor

vou de joelhos até aquela cor, a maldição é feita a partir daquela flor

uma rosa azul se fere, meu mundo Cinza de tom louco se segue perdido

serei um plebeu com um pouco de moeda nas mãos, joelho nas ruas e sangue nos tornozelos

isto é o meu hoje a qual vejo com meus olhos de morto, não há com o que possa jogar e me alegrar

perdido na praça da dor, vou da Saens Pena até a Carioca, não há porque mudar? não há porque levantar?

uma hora terei de ter o poder para me auto-levantar, para me reerguer, dos outros não posso mai depender

nem mesmo do meu ódio a qual parece ter sido consumido por mim por completo, ele se foi, uma lágrima desceu?

há somente loucura, não sinto mais aproximação de ninguém, vou até a escuridão, amor já tenho, é o único pote com que me banho

mas ainda há outro que possa me dar mais força ainda, tenho de ser egoísta? a porta está entreaberta, mas há correntes nas maçanetas

meu braço segue até o louvor do pote de ouro do arco-iris que se quebrou numa semana de feriados, chorei, mas esqueci porque chorei

não há rimas, não há ditado, não há legado,

uma ponte não atravessada é uma vida não percorrida?

chore você por si, seus sentimentos não me alcançam

sou do meu Mundo Cinza de tom da Indiferença...

uma ponte é somente o objetivo, não a vida

uma vida sem objetivo é uma vida

não importa qual o legado, seja ele nulo

ele ainda existe, proteção deve então se ter

amor tem que nascer da flor a qual foi ferida

por estes pobres e imundos seres que não sabem

nem dizimar seu próprio coração e banhá-lo com algo

qual é a sua fonte afinal? é uma ponte que tem que ir até o final?

quanta fraqueza você tem para dizer isto?

o tempo para e você ainda vive, um coração bate

tudo tem vida, tudo tem um circuito

não importa se atravessará a ponte ou não

o importante é tentar com toda sua fé

ainda vejo o sangue escorrendo de meus olhos

não sinto mais dor, não tenho mais nenhum lampejo de amor

vou de joelhos até aquela cor, a maldição é feita a partir daquela flor

uma rosa azul se fere, meu mundo Cinza de tom louco se segue perdido

você não sente o calor da pobre e ilustre e imunda dor do massacre do amor?

uma luz que se foi, uma loucura a menos neste mundo sano! uma dor a se sofrer a menos

"sofra se quiser crescer" isso não é frase para se dizer, você é somente um bem viver

que nem uma ponte consegue atravessar ou pelo menos tentar, a luta é de garra e de tarafas

a qual você tem que seguir com sua fonte d ódio, dor, amor, desejo, obsessão, ah... bondade...

seja ela qual for, você tem que ir até o imenso calor que se segue com ele sem nenhum pudor

um sol a clarear o marte a nadar, não há nada lá, somente um imenso mar de ódio que vejo com meu olhar

dizem que cada um tem seu destino neste lar, um lugar onde nada está, você pode ir confirmar, vá até lá!

você irá ver tudo o que não pude ver, tente conservar seus pés, eles serão de bom uso quando tudo acabar, até mesmo sua fé

um pote de água você irá querer, mas não lhe darei, quero que sofras ou que me deixe aquele grão de suor do passado a qual você não fez

o que lhe pedi, por orgulho ou por ingenuidade, você nunca terá a felicidade se depender de mim, jure por si e lhe darei a mão numa ponte

para que possa se levantar e se dar a estaca no peito para poder correr até o seu caminho de calor e imenso mistério junto com sua fonte

saber ser o que se é, é um dever de cada um

não podemos depender de nenhum

neste mundo comum que não se tem amor algum

que você tem que ouvir o buraco e o sangue que escorrem de seu peito

para poder seguir em frente, um mar de indiferenças...

não sofro mais... não amo mais...

não odeio mais... não tenho mais nenhum pudor para se ter algum leitor

meus olhos arranquei com minhas mãos de seda rasgada, vou até o meu par

lá é onde está o chamado lar onde vi o meu mar de agora, um hoje é muito

mas muito diferente do de ontem, um dia é uma vida ainda

uma ponte é uma fonte de dor, de ternura, de pensamentos confusos

as pessoas não se olham mais, não há mais lar nos corações alheios

acaricio um pombo morto, foi o que restou depois da falta da luz verde

e dos meus caminhos ajoelhado sem ida, não poderei ter assim uma vinda

olharei em seus olhos e trarei a luz que esqueci no meu parque ilusório

sou uma alma a caminhar num mar de indiferenças em meio ao sol

não me entristeça com seu olhar sem som, traga uma música feliz quando vier

seja você sua fonte, pois a ponte é nada mais que um caminho entre você e seus sentimentos e pensamentos

o destino é você quem faz com a ponte interligada, sue e faça do calor o seu terno de pudor

sue muito meu amor

Gust
Enviado por Gust em 09/06/2011
Código do texto: T3023921
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