PERDIDA
Cibele Carvalho
Perdida, nua, em total desabrigo,
escorada nas ruínas de um mundo destruído.
Alguma vez já se sentiu assim?
Tristeza deflagrada por tudo e por nada,
procurando seus pedaços pela estrada
para juntar os cacos, apressada.
Vontade de voltar ao ventre materno
ou, quem sabe, dormir um sono terno,
na esperança de, talvez, despertar
num outro mundo, em qualquer lugar...
Num lugar onde as desavenças
não sejam eternas presenças
que teimam em nos acompanhar.
Esperança de se reerguer
e prosseguir o seu viver
sem lembrar do que deixou pra trás.
E, renascida, feliz, fortificada
não sofrer de novo, nunca mais!
*****
RJ, 22/11/10