Valsa do tempo
Dançam na valsa do tempo
O meu lamento e a minha solidão
Um papel rascado
Relambra o passado
Acompanha os meus passos agora
Numa cilada sem recompensa
Seu sorriso foi o que me deixou melhor
Neblina de uma tristeza tensa, sólida
E agora você foi embora
No vento dessas tristes horas
Em que o silêncio refrigerado
Deixa o espirito calado
Sem saída da escuridão
Mas você ainda é a luz a me guiar
Sobre caminhos de areia
Paixão que corre na veia
Só que tão distante
E o gelo me esfria
Pois tua voz me esquenta
E estas velada
Me perco no caminho, indeciso
Fico a pensar
Sentado na suja calçada de algum destino
Onde os minutos transcorrem sem ninguém notar
Talvez amanhã o sol volte e ilumine as flores
E o sorriso renasça e traga esperança
A paz e uma alegria
Que eu não posso contar
Nosso segredo, tão perfeito
Que acabamos deixando o mundo pra lá
Seus olhos brilham sobre o céu
E a noite sem luz, lua escondia, perdida, oprimida
Chora sem saber o que fazer
Vendo a beleza da vida nascer
E não poder compartilhar
Pensamento selado, compartilhado
Em cartas de amor
Uma imagem fixado na mente
Perfumada e embelezada
Com a riqueza da alma
Fina contentação
Única possível
Nascer um sol em cada amanhã
Arranjo de flor, dedicadas com o sabor
De um sentimento existente
Dois eus, sem um estar perto
Estando a poucos metros a viajar
Encosto-me na parede e acendo um cigarro
Vão rolando os meus versos
Sobre saudade da pessoa
Que eu amo a mim em ti e você em mim estar
Sem duas vezes repensar
Não necessito compreendes
Coisas que no abaixo da minha testa
Vive a coçar.