Doce Busca, Meu Poeta

Eu me permaneceria na eternidade,

morta e imóvel,

apenas para te contemplar,

sentir o suave franzir de tua testa.

Tuas palavras temperadas por uma estranha e vívida ironia

amendoada

passeiam por meus desejos mais recônditos.

(ah! por que não descobrí-los?)

Minha súplica, todavia, não te encontra ecos.

Ressoa em vazios.

Ficaria rica em plenitude se te pudesse ter,

perder-me no longo caminho desconhecido

da tua pele,

do teu corpo,

que de tão longe,

faz-me tremer pelo (des)prazer de nunca poder sentí-lo.

Não, não quero ter-me destinado o interdito de não poder,

ao menos,

sonhá-lo!

Ana Perissé

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 15/07/2008
Código do texto: T1082130
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