Desamor

Inerte de acasos indesejados, assisto enquanto você voa por entre meus dedos como um pássaro desordenado que foge de seu ninho. Há quanto tempo eu te espero? Não o faço.

Você apareceu como um oásis, trazendo o cheiro de orvalho e a aptidão que não me era perceptiva e incorporou minha alma como quem veste uma roupa já calejada.

E calejado estou.

Dos toques.

Dos olhares.

Desse sorriso que me afronta.

Do intrínseco que há em ti.

É tão gritante o quanto te sinto, que não quero mais sentir.

É tão prescindível...

E ainda o quero.

Embora, não queira querer-te.

Você quer voar.

Voe.

Por favor, voe.

Agora serei um cubículo preso às minhas próprias correntes; Com minha alma arrasada por indícios seus. Não se penitencie. Apenas liberte-me dessa inércia que custa tê-lo aqui. Você não me é necessário e eu tampouco serei à ti.

Está a reconhecer isto?

E eu?

Espero que abra suas asas e voe... Para longe do meu fascínio e do mais importante, meu âmago.

Pinci
Enviado por Pinci em 12/10/2017
Código do texto: T6140600
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