florido alcantil
Tua bífida língua não mais beijarei
Tua pele escamosa, gostosa, não irei afagar
E teu dorso, como gostavas não mais acariciarei
E no frio, o meu corpo permanecerá
Jogasse água com gelo em minh’alma que chora
Renegasse todo amor que lhe tinha
Abjeta serpente, deixo-te agora
Sigo a andar sem medo, sozinha
Comes, dormes, choras, fedes
Tens medo, angústias e derrotas
Não rastejarei atrás da tua calda, inda pedes?
Seguirei oscilando entre linhas tortas.
Não sei se ‘inda sinto amor por ti
Mas me dói profundamente a tua ausência
Além de raiva e desgosto pelo que vivi
E nojo de tuas incoerências
Não fitarei mais os esplêndidos olhos perversos
Oh! Como foste falsa e eu imbecil
Garanto a ti, maldita, não há regresso
Tomarei o caminho oposto de teu florido alcantil