Mala e poemas

Eu fui embora.

Arrumei a minha mala.

Mudei de cidade e dessa história.

Juntei a minha bagunça: as roupas jogadas no chão, os livros na estante,

O porta retrato na escrivaninha.

Coloquei tudo na mala sem muita organização.

Esvaziei todas as gavetas da cômoda e da minha vida.

Peguei o meu caderno, meu companheiro de insônias e madrugadas.

Deixei para trás todos aqueles romances mal resolvidos.

Uns se tornaram saudade, outros já nem me lembro mais.

O nosso amor ainda dói aqui no meu coração.

Por isso, peguei meu velho caderno e uma taça de vinho,

Sentei-me na varanda, numa paisagem desconhecida,

Após andar sem rumo por aí,

Para escrever os mais lindos poemas do nosso amor.

Doei tudo o que podia ou não me servia mais

E joguei fora todos os sentimentos ruins.

Livrei-me das mágoas e ilusões.

Deixei o meu coração leve.

Aprendi a ser livre.

Permite-me ser feliz, mesmo como o coração machucado.

Sem remorsos ou raiva,

Continuei a caminhada, levando a minha mala,

Rumo a um recomeço.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 22/04/2017
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