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Usei heroína tentando voar para longe desse mundo cruel, cocaína me faz cair do céu e então nada ficou como pensei que seria minhas esperanças ficaram jogadas a mercê da vida e do que ela iria me trazer, Maria Joana de louca foi levando com ela minha sanidade e bem estar, me deixando aqui jogado, tonto, largado no meio do mar desse chão de concreto. Então o D de L debaixo da minha língua se dissolveu como todo o amor que jamais tive e jamais terei, como romances de livros que não lerei e minha vida se tornou vazia entre os prazeres momentâneos, me agitando por pouco me tornando apenas osso, mas então decidi testar novos remédios para me curar dessa ânsia de acordar todos os dias, para a vida medíocre que levo entre o destilado e o velho me prendi umas horas por dia, entre a madrugada que alivia e lágrimas caem, soluços aparecem e é como se eu não tivesse nada. Parei com o cigarro até ontem quando pela sua falta de presença me fez questionar o quanto eu te amo e amava, pois agora não me resta mais nada! O peso no meu peito não me deixa levantar e a chuva cai enquanto te molha e me questiono do porque não sentir a água, minha pele estrega, não admito que mata, e você segue calada sem olhar para trás, sem olhar para mim que estou ao seu lado caminhar, não entendo não ouvir nem mesmo meu respirar perto dos teus ombros, coisa estranha funcionou com os outros que visitei na manhã de segunda, mas não me lembro se isso dura até ver você chorar na ponta da escada, então me vi refletir em tuas lágrimas enquanto segura minha última carta que escrevi antes do meu último súbito suspiro a ti vivi. Pois jaz morto e enterrado me encontro em ti e foi no dia 17 de julho de 2014 que por 9 minutos faleci, revivi, mas queria ter descansado em paz!

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 02/02/2017
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5900348
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