RIO DA SAUDADE

Do teu amor

Nada restou

Nem a sobra de errante tempo...

Nem um rio largo,

Nem uma rede armada na saudade,

Ou uma canoa a vogar perdida

Nas águas de sonho.

Daquele amor

Que se mediu em rimas

Caídas das ramagens do caminho,

Condensadas pela visão

Sonolenta

do cair da tarde,

Nada restou.

Nada restou do teu amor,

Nem o minuto impreciso da alegria,

Nem o colorido indistinto da paisagem,

Nem o vento travesso que brincava nos teus olhos...

Nada ficou em mim...

Além da corrosão tacanha

De um coração partido.

ELMANO ARAUJO
Enviado por ELMANO ARAUJO em 09/11/2016
Código do texto: T5818508
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