Alquimia

Em noites vãs questiono

Minha efêmera existência

Tenho lapsos de memória

E já não sinto sua presença

Permiti-lhe retirar

As grades do meu coração

Transbordei em sentimentos

Sinto no sangue ebulição

Cada célula do meu ser

Atingia as mais altas temperaturas

Então eu já não tinha alma

Pois esta, por estar em suas mãos

Esta já lhe pertencia.

Fez-me um cálice a transbordar

As mais doces essências

Sorveu-me com luxúria

Não satisfeita, e com crueldade

Passou de ensaísta à manipuladora

Brincando com alquimia

Ciência bela, perigosa e rara

Perdeu o controle

Levando-me às raias da loucura

Usou-me em ensaios febris

Errou no toque e na mistura

Incauta, deixou escapar essências

Como resultado, nossas almas

Não coadunam mais

Calor, energia e efervescência

Montteiros Dalton

Montteiros Dalton
Enviado por Montteiros Dalton em 11/10/2016
Reeditado em 11/10/2016
Código do texto: T5788621
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