Deixei de acreditar em você

Minhas mãos anunciavam minha despedida

Meu "até" era para te dizer "até nunca mais"

Meus olhos não querem mais voltar para trás

Eu me sentia uma pessoa perdida

Joguei todas as minhas canetas fora, parei de te desenhar

Não tenho mais motivos nenhum para acreditar

A tua presença ficou morta, seca, vazia

Que nem aquela noite fria

Eu não me sinto mais confortável

Cheguei ao meu limite mais profundo do meu coração

Tudo virou insolúvel

Agora, eu posso ser forte o suficiente e andar pela escuridão

Vou desconhecer a tua voz em meus ouvidos

Eu vou desperceber todos os seus sentidos

Fingir e engolir por completo tua existência

Tornar minha resiliência

Eu deixei que acreditar em você

E em todo aquele amanhecer

Hoje, sou uma pessoa mais cética, real

Nada que há em ti é especial

Meus olhos castanhos queriam chorar

Ao mesmo tempo estavam a brindar

Finalmente, agora posso me livrar de sua presença

A Inês morreu e virou descrença

Poderia dizer que é estupidez ou falta de maturidade

Eu inventei tudo em minha cabeça a pseudo-felicidade

Mas, um dia meu corpo cessa, esgota

Quem nem a última gota

Desculpa, eu não acredito em você

Nem nas sopas de letrinhas do anoitecer

Que adoras fazer comigo

Deixei de ser um abrigo

Outras pessoas apareceram em meu lugar

Como dizes, "o mundo é grande" e eu tenho muito a brilhar

Eu perdi a vontade e a paciência

Agora sou eu e a resiliência.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 14/09/2016
Código do texto: T5760327
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