Isso não existe

Eu ouvi a vida inteira que

O amor era lindo e para ser cultivado

Como acreditei nessa falácia

Durante minha "pura" vida.

Eu achava que jogava o (tal) amor

Como quem lançava flores ao vento

Com aquele sorriso plástico

De sentir-se realizado

Minhas palavras eram cheias

Desse sentimento tão seco e vazio

Que escrevia com vontade

Achando que aquilo era verdade

Escondi meus olhos na areia

Crente em ser diferente

Negando o que há no meu couro

O objeto "perfeito"

Como ficou feio acreditar

Durante todos esses anos nisso

Agora, me orgulho e me vejo

Uma carne macia e pronta

Dizer que o amor existe

É a pior das mentiras da jovem Sofia, morta

Tudo está no imaginário

Até pessoas (ditas) reais

Se não existiu

Não será amanhã que vai existir

Lamento

Eu não acredito

Os contos de fadas da minha vida

Trazem o meu enjoo

E o desejo de por para fora

O mais profundo de minhas entranhas

Desculpa, esse sou eu

Um ser inexistente.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 30/08/2016
Código do texto: T5744996
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