É por sí só

A calçada era fria

Ele andava de pés descalços

Ele reconhecia

Que estava andando em pedaços

O vento batia em seu rosto

E sua alma ficava exposta

As lembranças do passado

Deixando-o machucado

Entre as folhas verdes que caiam

As batias da água refletiam

Aquele domingo tão vazio

De conversas de maio

Ele foi com tempo aprendendo

A dançar sozinho

Ele foi com tempo convivendo

Com a sombra vizinha

Agora é ele por si só

Sem os vazios de palavras

Sem as tais fábulas

Que davam um nó

O inverno foi mostrando

A frieza de estar vivendo

Sem olhar para trás

Ele apenas andar chorando

Ele desce as montanhas calado

Olhando para os lados

Despedindo-se

De um passado desmontado.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 28/07/2016
Código do texto: T5711882
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