Tudo que vivemos

Me tocou um sopro de razão chorada, com choques de imaginação vivida. Além do céu até as nuvens despiam a vergonha de voar desprovida de medo próprio. E aqui na terra eu durmo.

Procurando meu sangue sujo no branco do teu sorriso coloquei em risco minha integridade volúvel de saber mais do que viver. E cadê seus lamentos agora?

Meu corpo dói em pensar no quão desnecessário foi o sacrifício dele em pensar que você estava aqui onipresente. Sem isso eu tinha mais força para correr em meio aos cavalos que você libertou. E tudo valeu a pena sofrer.

Quem diria que palavras não ditas explicariam a agonia que transpirou duas ou três vezes que eu te chamei sem te precisar. Ou foram dez vezes que te gritei, ou foram inúmeros ruídos de dor. E juntos nós criamos esses ruídos.

Meu livro esquecido clama por verbos indignados que transmitem cor e som de forças que todos nós duvidamos existir, como as coisas que dizem que o coração produz 120 vezes em 80 segundos. Sim, foi isso mesmo que você ouviu.

Tragico pensar que não vou mais imaginar que a vida é só uma e que por sete vezes eu terei que provar que posso muda-la. Sem que isso me abale, juntarei as fotos que sobraram de um tempo que meu sorriso não cabia em 3 centímetros por 4. Sua ignorância sempre me assustou.

Entenda que felizes para sempre é só a melhor forma de dizer que tudo que você ouviu até agora não existe, não tem cor, não tem cheiro e não tem gosto. Como qualquer um indivíduo que olhou para o espelho e se perguntou o que estava vendo, não mude de ideia ao fechar os olhos. Tudo que vivemos teve que acontecer. Tudo que sofri foi para tudo entender.

Geovani Nogueira
Enviado por Geovani Nogueira em 19/05/2014
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