O tempo e o norte

Há beleza na tristeza.

Em sonhos partidos e esperança quebrada.

Nos dias, nos sons e ruídos.

O choro é prelúdio do sorriso.

Da alma branda e coração contrito.

A porta que antes revelava o futuro.

Perdeu seu sentido quando perdi as chaves.

Ficando pelo caminho do que era pra sempre.

Os passos levaram a uma terra desconhecida.

Onde as estações se confundem nos dias.

E cada instante tem o peso da eternidade.

É frio.

Monótono e esquecido.

Mas a tempestade revela o mesmo que o deserto.

Um dia me pego anseando o sol, em outro a chuva.

O calor encanta tanto quanto a água alivia.

Basta saber a o que se agarrar.

E se é para perder.

Que perca a ignorância de achar já ter aprendido o suficiente.

Que as estações levem ao instante seguinte.

E não de volta ao início de tudo.

O começo incerto pode ser o início esperado.

Não por mim sonhado.

Mas pelo Pai aguardado.

Antes o que fora alívio, agora uma falha no passado.