Lapso de tempo

Por que te apartas dos dotes concedidos a ti?

Perdeste a virtude de esperar com paciência

porque deste os teus ouvidos à língua traiçoeira

e esqueceste do único preceito que te imperei

Ora, comeste da árvore que não te permiti

Eu vivo a dizer que a pressa não te orienta

Tuas preocupações te tiram a melhor parte

Não te inquiete tanto com os dias do porvir

se o lapso que separa a profecia do que é real

não te pertence, mas ao Senhor que te sustenta

Nesta dança da vida ao ritmo discrepante

Ecoam múltiplas vozes descompassadas

Mendigas o fruto do trabalho que não tens

e adoeces sem que te acudam e te curem

A luz ofuscante, transformada em sombras

Disse-te que há um tempo para cada coisa

Para nascer e morrer, plantar e colher

Um tempo de rir e chorar, de falar e calar...

Se posso contar os cabelos caídos da tua cabeça

Não saberia eu do tempo para a tua graça?

Dei-te tudo, basta-te usar com coerência

Tudo o que fiz subsistirá sempre, e perfeito

sem que se possa ajuntar ou suprimir nada

Resta-te entender o ensejo que para tudo há

Suportei a tua cruz para teu tempo não parar.

Assistindo o espetáculo de dança (Produção executiva de Raquel Rocha): “O tempo não para”, procurei resumir conforme viram meus olhos, a beleza do conteúdo que foi transmitido.

James Assaf
Enviado por James Assaf em 09/06/2016
Reeditado em 09/06/2016
Código do texto: T5662443
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.