A Videira

A Videira

Eu sempre me enganando por estar a fingir,

Procurando assim meu ego exalar,

Tentando ver minhas agonias diluir,

E por um segundo poder essa má intrepidez matar.

Eu e o receio de parecer anormal,

Aspirava por migalhas pobres,

Com medo de parecer desigual

Suplicava pelo os mesmos nortes.

Todavia a sabedoria do tempo é branda,

E então percebi Sua Graça como um soar tranquilo,

Desidratado à mercê de uma sede de sentido,

O Teu belo Tudo veio acabar com o vazio.

Incúrias nas palavras do mundo,

Agora não consigo entender essas mesquinhas ambições,

Nada mais me importa lá no fundo,

Uma humanidade perdida nas suas estranhas confusões.

Não desejo mais lhe entender,

Pois já entendo o que eu entenderia,

Não desejo mais ter tal prazer,

Pois já sei do tão superficial que teria.

Não desejo mais machucar-me,

Pois já machuquei-me com tua falsa trincheira.

Não desejo mais essa mentira,

Pois já descobri a verdadeira Videira.

Petrópolis, 18/01/2016 às 20:30