DIÁLOGO: 01-QUE PLANETA QUER VOCE? ( meio ambiente ).

Pedrinho: (1º ato )

O que estás então fazendo,

Oh homem!

Em teu mundo de habitação?

Vejo você animado,

Parece um tanto apressado,

Com essa trena na mão!

Zezinho : (2º ato )

Há , meu camarada!

Estou fazendo o que posso,

Mas como vês, tenho negócios,

E o meu tempo é escasso,

Se eu não der o duro,

Aqui não faço futuro!

Pedrinho: (3º ato ).

Só um instante meu amigo,

Posso conversar contigo?

Tenho algo a lhe dizer!

Zezinho: (4º ato )

Olha! Agora não vai dá!

Eu tenho que trabalhar,

Não posso lhe atender!

O negócio é ganhar dinheiro,

Já chamei um madeireiro,

E ele está vindo ai,

E eu preciso decidir,

Quais árvores eu vou vender.

Pedrinho : (5º ato ).

Vender?

Você ainda não sabe,

Que é preciso preservar?

Ta se acabando as florestas,

E o pouco que ainda resta,

Ninguém pode derrubar?

Não pensou nos animais,

Que podem ficar sem lar?

Olha bem!

Você retira as madeiras,

Derruba a floresta inteira,

Pra por o que no lugar?

Zezinho : (6º ato )

Há!

Ta todo mundo fazendo!

A onda agora é criar gado,

Eu vou é plantar capim,

É menos trabalho pra mim,

Isso sim dá resultado!

Pedrinho: (8º ato ).

E quanto aos animais?

Isso não lhe preocupa?

Os bichinhos inocentes,

Não faz mal nenhum a gente,

Se morrer de quem é a culpa?

Zezinho: (9º ato )

Há!

A bicharada que se vire,

Parado é que não vou ficar!

Olhe só! A natureza é tão farta,

Que eles procurem outra mata,

A onde possam morar.

Pedrinho : (10º ato)

Vejo que o amigo,

Está bastante ocupado?

Poderias me dizer,

O que pretende fazer,

Com esse moto-serra afiado?

Zezinho : ( 11º ato )

Há.. sim!

Uso essa ferramenta,

Para derrubar as madeiras,

Já até escolhi algumas,

Jatobás e Sumaúmas,

Ipês roxos e cerejeiras.

Pedrinho: (12º ato ).

Aquelas do pé da serra,

Onde brota aquela nascente?

Limpinha como um cristal,

Parece até mineral,

Chega dá sede na gente?

Zezinho: ( 13º ato ).

Não!

Aquela eu já derrubei,

E olha!

E fiz um negoção!

Com o dinheiro da venda,

Vou começar minha fazenda,

Comprei três nuvia e seis leitão!

Sabe Pedrinho!

Já estou aqui imaginando,

Até onde posso chegar,

Pensa! Daqui uns vinte anos,

Eu já sou é seu fulano,

De que mais vou precisar?

Vou ta com meu carro novo,

Quem sabe até avião,

Eu virando fazendeiro,

Vou ter bastante dinheiro,

Pro progresso da nação!

Pedrinho: (14º ato ).

Mas homem pensa bem!

O que você ta fazendo!

Os recursos naturais,

Se acabar e não volta mais,

Ouça o que estou dizendo!

Zezinho: ( 15º ato).

Olha meu cara!

Não venha perder seu tempo!

O que decidido está,

Nada que você falar,

Vai mudar meu pensamento!

Pedrinho: (16º ato ).

Olá Zezinho! Quanto tempo,

Vejo que aqui ta tudo diferente!

Você acha que fez certo?

Ta parecendo um deserto,

Até o ar está quente.

Zezinho: (17º ato ).

Há! Meu amigo, nem me fale!

Minha nascente secou!

Com essa devastação,

Morreu minha criação,

Olhe só o que sobrou!

Vacas magras sem sustança,

Nem o capim sai direito,

O clima já não ajuda,

Aqui quase não cai chuva,

Sinto inté uma dor no peito.

E a água cristalina,

Apanhada lá na mina,

Agora parece lama,

Não sei mais o que fazer,

Vendo tudo aqui morrer,

Até os bichos reclama.

Pedrinho: (18º ato ).

Lembra quando aquele tempo,

Eu vim aqui pra conversar?

E você nem deu ouvido,

Fingiu de desentendido,

E nem me deixou falar?

Pois é! Eu ia lhe alertar,

Daquela sua loucura,

Pois veja aquela nascente,

Que tinha água corrente,

Hoje é apenas terra dura!

Olha Zezinho! Eu já sabia,

Que a mina ia secar!

Eu queria lhe dizer,

Que não se deve mexer,

Na tal mata ciliar!

Mas você não me ouviu,

Queria era criar gado!

Só pensando em riqueza,

Destruiu a natureza,

Olha ai o resultado!

Zezinho: (19º ato )

Pois é meu amigo!

O que eu posso fazer,

Será que existe um jeito,

De mudar o que ta feito,

E a coisa reverter?

Confesso que sinto falta,

Do cantar da passarada,

E do grito do Bugiu,

Que lá na beirada do rio,

Cantava nas madrugadas!

Às vezes fico lembrando,

Naquela moita de bambu,

Quando ali ia cedinho,

Chegando devagarzinho,

Só pra ouvir o uirapuru!

É! ..Agora que estou velho,

Vejo a besteira que fiz!

Isso muito me comove,

Há! O meu tempo de jovem,

Que eu não soube ser feliz!

Cosme B Araujo.

13/06/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 10/09/2012
Reeditado em 26/04/2021
Código do texto: T3874558
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