Doce tirania

Seu avô era carreiro

Boiadeiro era o pai

Tempo vem, tempo vai

Vai dezembro, vem janeiro.

Histórias que ele ouviu

Existiu uma gente brava

Que intempérie enfrentava

Atravessava qualquer rio.

Ia pensando: isso é passado

Guardado no tempo antigo

Nada disso eu levo comigo

Sigo a vida pra um outro lado.

Um dia escuta uma viola

Embola seu pensamento

Sente que muda o vento

Alento que maltrata e esfola.

Tinha saudade e não sabia

Vilania amoitada no peito

Dos antigos ele tinha aceito

O jeito de roça, doce tirania.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 28/02/2015
Código do texto: T5153497
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