Eu me conheço
Quantas vezes no calor de uma discussão, bradava irritado.
Eu me conheço.
Essa juventude impetuosa, impensada e prepotente.
Eu me conheço.
Não era verdade e por causa desse ato abrupto, quem pagava era o corpo, macerado e às vezes até dolorido.
Eu me conheço.
Um sem pensar imenso de decisões tomadas fora da realidade presente e o arrependimento tardio, deixou seqüelas.
Eu me conheço.
Em cima de um pedestal imaginário, só a minha verdade prevalecia. Alertavam-me, tenha cautela e eu me fazia de surdo e hoje essa surdez me deprime, ao relembrar fatos que poderiam ter me impulsionado mais alto, não fosse a teimosia sem freio.
Eu me conheço.
E o tempo passou e com ele passou também minha juventude vigorosa, perdendo a força para hoje com passos lentos, rever o motivo de toda aquela empáfia, sem proveito esvair de meu corpo cansado de tanto teimar.
Eu não me conheço.
E você, será que você te conhece?