"Esquerdistas sofrem de transtorno do espectro autista"?

Pergunta do Quora. Minha resposta

Se partindo do provável pressuposto de que existe uma maior correlação entre alta carga mutacional e filiação político-ideológica mais à esquerda, a resposta é um não, mas não um não redondo, porque sua pergunta é uma generalização absurda e gratuitamente provocativa, ainda que, sem, necessariamente, estar sem qualquer respaldo, se, com base no fato provável acima, então, há uma maior proporção de indivíduos diagnosticados com autismo e dentro do espectro, mas sem um diagnóstico oficial, entre os ditos esquerdistas. No entanto, acredito que, para qualquer filiação ideológica extremista, radical ou fora do "mainstream" (senso comum corrente), existe uma tendência de ter mais indivíduos "neurodivergentes". Esse também parece ser o caso da extrema direita e existem até evidências anedóticas de terem mais autistas entre eles. A correlação popular que muitos têm "acusado" de existir entre autismo e esquerdismo pode ser por dois fatores, um mais concreto, confirmado por estudos, e outro por percepção anedótica: a correlação entre autismo, ateísmo ou irrreligiosidade e esquerdismo, e entre autismo, ingenuidade (causada por déficit em teoria da mente) e, novamente, esquerdismo. Nesse último, seria mais ou menos de que, contextualmente, indivíduos de esquerda tendem a julgar mal o caráter de outras pessoas e a também fazê-lo embalados por indução ideológica, tal como de considerar aqueles de grupos historicamente marginalizados como menos passíveis de expressar comportamentos cruéis por indução intrínseca, de algo da própria personalidade, se pensam que tendem a ser induzidos por circunstâncias socioeconômicas ou culturais, enquanto que tendem a generalizar e de maneira mais negativa aqueles que não compactuam com as suas crenças com fidelidade canina. Em outras palavras, parece que, indivíduos mais à esquerda usam suas crenças ideológicas como referências primárias de análise comportamental ao invés de analisarem o comportamento por si mesmo, bem como a sua frequência, por acreditarem que os contextos histórico, social e cultural (abstrações que se manifestam de maneira mais estrutural) se sobrepõem ao contexto individual, influenciando-o de maneira decisiva.