MEDO BOBO

Aprendi que o medo é uma reação humana natural e necessária, pois nos protege de muitos perigos. Faz parte do nosso instinto de sobrevivência. Mas, muitas vezes, o medo nos paralisa e nos impede de viver tanta coisa que pode ser boa. Esse é o medo bobo (ou irracional, se preferir).

Geralmente o medo bobo vem acompanhado do "e se..." . "E se não der certo?" "E se eu não gostar?" "E se não gostarem de mim?". E por aí vai. Além disso, o "e se" agrega mais um medo, o da resposta a esses questionamentos. Tudo isso é muito irracional, mas real.

Vivi muito tempo debaixo do guarda-chuva do medo bobo. Me arrisquei algumas vezes em escolhas erradas e impulsivas, que me fizeram ter ainda mais medo de fazer escolhas. Com isso, me privei de muitas oportunidades, e atrasei muitos sonhos. Pior, o medo bobo não me protegeu dos problemas e desastres da vida, que vieram sem dó. Ele só me atrasou mesmo.

Decidi deixar o medo bobo pra lá e me arriscar um pouco mais. Na verdade, o medo está lá, escondido nas sombras dos passos que dou. O que mudou é que agora eu dou os passos, mesmo com medo. E quando faço isso, e consigo caminhar nas oportunidades que antes me negava, aquele medo se desfaz como névoa.

Deixei o medo bobo do meu trabalho. Deixei o medo bobo dos projetos antigos. Deixei o medo bobo dos sonhos novos. Deixei o medo bobo dos meus sentimentos. Deixei o medo bobo da minha vida.

Troquei o medo bobo pelo sorriso bobo. Ah, como é bom andar com sorriso bobo na cara!

Foi melhor do que eu imaginei. Tem sido melhor do que o que eu imaginei. Tem sido melhor a cada escolha. Deveria ter feito antes, ousado antes, arriscado antes.

Que bom que consegui superar muitos medos. Que bom que consigo deixar o sol queimar minha pele novamente. Que bom que consigo agora respirar aliviada. Que bom que consegui assumir o sorriso bobo.

E, como diz Rubel, "É o fim daquele medo bobo".