O RIO VERDE E EU
Eu sou filha de um rio chamado Rio Verde
de águas escuras profundas vibrantes
de riachos e cachoeiras
de histórias de pescadores.
Quando menina me banhava nestas águas
brincava com pedrinhas
A recordação o rio tudo faz sentido agora
Já transitei pelo rio na meninice nas manhas nos risos aos prantos as despedidas sozinha mas agora o trânsito com meus rebentos
O Rio faz parte de mim
ele segue seu curso
eu sou como um rio sigo com curvas ladeiras abaixo
as vezes revolto as vezes manso
apenas um rio cobrindo as margens das cidades as vezes destaque nas avenidas
onde poucos param para admira-lo na correria do tempo escasso
Águas que precipitam dos lençóis freáticos da minha existência gerando no meu ser nascente de águas cristalinas
que vão invadindo minha alma até um dia desaguarem no oceano
sou das nascentes do Sul das gerais
nasci do alto das águas que brotam da terra viva
Até lá o rio me tece me orna rodeia minha estrada reflete meus passos
Eita rio verde! Verde de esperança de matas dos arvoredos que compõe uma rica paisagem
Meu Rio Verde jorra do meu coração meu amigo meu confidente vc sabe da minha história acompanhou minha trajetória e sabe exatamente quem eu sou
Avistei o mar apenas duas vezes
o mar é imenso poderoso
de ondas que vão invadindo as praias
Meu rio não, não senhor!
Ele é manso tranquilo sossegado demais
o vejo todos os dias ali deitado deslizando lentamente na cálida manhã, ao meio dia ensolarado a noite refletindo lua de prata
Na calada da madrugada lá se vai o rio ele nunca para até mesmo parado