O RIO VERDE E EU

Eu sou filha de um rio chamado Rio Verde

de águas escuras profundas vibrantes

de riachos e cachoeiras

de histórias de pescadores.

Quando menina me banhava nestas águas

brincava com pedrinhas

A recordação o rio tudo faz sentido agora

Já transitei pelo rio na meninice nas manhas nos risos aos prantos as despedidas sozinha mas agora o trânsito com meus rebentos

O Rio faz parte de mim

ele segue seu curso

eu sou como um rio sigo com curvas ladeiras abaixo

as vezes revolto as vezes manso

apenas um rio cobrindo as margens das cidades as vezes destaque nas avenidas

onde poucos param para admira-lo na correria do tempo escasso

Águas que precipitam dos lençóis freáticos da minha existência gerando no meu ser nascente de águas cristalinas

que vão invadindo minha alma até um dia desaguarem no oceano

sou das nascentes do Sul das gerais

nasci do alto das águas que brotam da terra viva

Até lá o rio me tece me orna rodeia minha estrada reflete meus passos

Eita rio verde! Verde de esperança de matas dos arvoredos que compõe uma rica paisagem

Meu Rio Verde jorra do meu coração meu amigo meu confidente vc sabe da minha história acompanhou minha trajetória e sabe exatamente quem eu sou

Avistei o mar apenas duas vezes

o mar é imenso poderoso

de ondas que vão invadindo as praias

Meu rio não, não senhor!

Ele é manso tranquilo sossegado demais

o vejo todos os dias ali deitado deslizando lentamente na cálida manhã, ao meio dia ensolarado a noite refletindo lua de prata

Na calada da madrugada lá se vai o rio ele nunca para até mesmo parado

Patrícia Onofre
Enviado por Patrícia Onofre em 25/04/2024
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