Será que você tem uma armadura?

No contexto histórico, as armaduras eram usadas por cavaleiros e soldados na Idade Média para proteção durante o combate.

No livro "O Cavaleiro Preso na Armadura", de Robert Fisher, ele conta sobre um cavaleiro que estava em constantes missões; por essa razão, usava uma armadura. Contudo, de tanto ele usá-la, essa vestimenta ficou presa ao corpo dele. Com isso, sua esposa Juliet e seu filho Christopher começaram a achar ruim essa situação, pois para vê-lo sem armadura teria que ser por foto. Além disso, tornou-se um incômodo para sua esposa, pois era necessário servir refeições por meio de um orifício. Considerando todos os problemas que o cavaleiro estava causando por usar a armadura dia e noite, sua esposa e filho cogitaram a ideia de irem embora, pois não estavam mais suportando essa situação.

O Cavaleiro pensava que ele estava sendo bondoso, gentil e amoroso. Era um sujeito esforçado. Contudo, sua esposa (que um dia fora salva por ele) questionava o amor dele por ela. Com isso, concluiu que na verdade ele amou a ideia de salvá-la, e que era diferente de amá-la. Sendo assim, ela decidiu se afastar do cavaleiro.

Qual é a conclusão?

Talvez estejamos todos presos em algum tipo de armadura. Com um posicionamento defensivo constante, mesmo ao lidar com aqueles que dizemos amar, podemos denotar um comportamento egoísta, que possui uma percepção e compreensão incoerente da realidade. Vivendo uma vida de aventuras, perdemos o sentido de apreciar a vida, deixando de valorizar os pequenos detalhes. Não é possível aprender sobre algo ou alguém se o pensamento está voltado para si mesmo em um constante devaneio e numa constante necessidade de movimento. A vida não é composta somente de momentos de alegria, e todo início pode parecer um pouco amargo. A vida é boa quando a aceitamos. Ao nos livrarmos de alguma armadura, teremos oportunidades de sentir a dor que, por alguma razão, tivermos causado aos outros. Não é fácil mudar a forma de pensar, mas com paciência e reflexão, em algum momento teremos uma melhor compreensão sobre nós mesmos em relação ao mundo. Conseguiremos sentir a vibração dos outros, a ponto de entender até mesmo a linguagem das flores.

Paulo Kosta
Enviado por Paulo Kosta em 18/04/2024
Reeditado em 18/04/2024
Código do texto: T8044708
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