SÃO PAULO, O SEPULCRO DA POLÍTICA

São Paulo, outrora, foi o berço de grandes políticos e manifestações democráticas que desempenharam papel crucial em todo o país. Muitos líderes políticos nacionais surgiram após passarem pelo governo paulista, incluindo o PSDB e o PT, que impulsionaram a figura de Lula, um simples líder sindical que, contrariando previsões, tornou-se presidente do país.

No entanto, infelizmente, São Paulo tem se destacado como um centro de ideias antidemocráticas, evidenciado recentemente pela escolha da cidade como palco para a celebração da abolição violenta do estado democrático de direito, programada para 25 de fevereiro. Manifestantes antidemocráticos pretendem impedir que cidadãos honestos desfrutem de seu cotidiano habitual na Avenida Paulista, defendendo a aplicação violenta de um golpe de estado, com a conivência de militares e alguns líderes religiosos, como Silas Malafaia, que, mesmo com dificuldades em pagar impostos, encontra recursos para financiar esse ato antidemocrático. Por isso, afirmo que São Paulo vem se tornando o sepulcro da política.

Não obstante, durante a pandemia, testemunhamos uma condução exemplar por parte de Doria, um político de direita, ao lidar com a covid-19, tornando o estado pioneiro na vacinação, exportada para todo o Brasil. Entretanto, a cidade vem sendo dominada por direitistas com aversão às camadas mais carentes.

Minha esperança é por uma renovação na cidade, com Boulos ganhando as eleições para prefeito e Marta como vice. Marta, a melhor prefeita da história da cidade, liderou grandes mudanças infraestruturais, como corredores de ônibus, bilhete único e a criação dos CEUs, centros de educação unificada que beneficiam milhares de alunos na periferia, oferecendo também cinema e teatro com atores globais. Esse olhar para os menos favorecidos é crucial.

Para aqueles que duvidam da aplicabilidade do modelo dos países nórdicos no Brasil, Marta provou em seu governo que é possível realizar grandes mudanças estruturais na cidade. Infelizmente, a cidade irá receber a manifestação da vergonha no final de fevereiro. Espero que essas manifestações não prosperem e destaquem como Bolsonaro vem perdendo espaço no cenário nacional. O que Bolsonaro pretende com essas manifestações é coagir o Supremo Tribunal Federal, demonstrando força pública, o que só terá resultado se escalasse para algo maior, o que duvido que ocorra pelo bem de nossa democracia. Manifestações antidemocráticas em São Paulo, infelizmente, têm espaço.