Novas chances

Todo recomeço nos traz uma vantagem: sabemos exatamente o que precisamos evitar. E talvez existam ainda mais vantagens diante de um recomeço: sabemos quais passos foram os certos, quais caminhos foram assertivos e quais lugares nos serviram de consolo e refúgio. Isso porque já passamos por aquela estrada. Sabemos onde estão os buracos e, considerando que ninguém os concertou, essa consciência nos ajudará a evitá-los. Nós é que, por vezes, damos um significado negativo aos recomeços, afinal, se tivemos que recomeçar, teoricamente significa que falhamos na tentativa anterior. Então nos sentimos diminuídos e insuficientes. Mas não é verdade. Seríamos limitados se repetíssemos exatamente os mesmos passos que nos levaram ao indesejável recomeço. Estaríamos nos condenando ao triste final de uma história que já conhecíamos. No entanto, se formos sábios o bastante para aplicarmos as lições que aprendemos a partir dos erros que cometemos, as chances de que dessa vez as coisas aconteçam conforme gostaríamos aumentam significativamente. Ainda que não deem certo novamente, não há problema algum. Que possamos encarar os recomeços como oportunidades para o nosso aperfeiçoamento!

Não estamos necessariamente recomeçando algo. Pelo contrário. Estamos iniciando um novo ano. Estamos encarando os doze capítulos em branco bem a nossa frente, esperando pelas nossas inscrições, pelas nossas experiências, pelo que seremos capazes de escrever ao longo das próximas trezentas páginas. Tudo novo. Com aquela sensação de primeiro dia de aula. No entanto, apenas o ano é outro, porque a vida continua. Na vida não há tempo como nós o concebemos. O tempo da vida está para além do tempo cronológico que calculamos dia após dia. Então a vida é a mesma. O ano é outro. Mas a existência permanece. A questão é que, diante de um novo calendário, temos uma nova chance de fazer com que esses novos dias pelos quais passaremos sejam os mais satisfatórios possíveis. Mas perceba o que eu quis dizer. Temos uma nova chance, portanto, a construção desses dias melhores depende exclusivamente de nós. Não que não possamos contar com uma ajudinha da sorte. Mas o ano que teremos é o ano que estamos dispostos a conquistar.

Olhando pelo retrovisor, pelo ano que se passou, temos uma noção de onde falhamos, o que não conquistamos, onde tropeçamos e o que erramos. Eis a oportunidade de não passarmos mais pelas mesmas ruas nem visitarmos as mesmas mercearias. Já dizia alguém que é tolice esperar pela novidade repetindo os mesmos atos. Precisamos olhar para o passado não para nos lamentarmos pelos fracassos ou pelos bons tempos que jamais viveremos outra vez. Precisamos olhar para o passado alcançando inspiração nas boas memórias e aprendizado nos dolorosos erros. E aplicar tudo isso em nosso presente: o único meio pelo qual conquistaremos o nosso futuro!

Como você irá utilizar essa nova chance?

Eu sei... Há coisas que acontecem e que estão para muito além de nossa vontade, desejo e decisão. Há coisas que simplesmente acontecem. Mas como nos posicionaremos diante dessas coisas? Deixaremos que nos aprisionem? Fugiremos delas? Ou as enfrentaremos? E, quando descobrirmos que não damos conta sozinhos, estamos dispostos a pedir por ajuda? Estamos dispostos a reconhecer nossa pequenez e insuficiência e, com humildade, pedir pela mão de alguém? Porque isso também aproveitar as novas chances que a vida nos proporciona. É fazer o que tiver que ser feito, desde que não fira alguém, para que possamos chegar em nossa última página gratos pelo livro que tivemos o prazer de escrever!

Desejo-lhe muita inspiração, sabedoria, força, motivação, iluminação e desejo por fazer da própria história a mais bela que gostaria de viver!

(Texto de @Amilton_Jnior)