Devemos amar nossa inutilidade.

Na vida somos medidos por aquilo que podemos fazer e o tanto que podemos produzir, se não produzimos nada, e assim que somos vistos. Volto meu pensamento ao contrário da sociedade que nos mede pela utilidade que temos, vejo a vida pelo lado de sua inutilidade, sim, sermos totalmente inúteis e mesmo assim vivermos felizes, pois a felicidade passa pelo inútil.

Quando acharmos quem nos ame mesmo que não oferecemos nada de útil, aí está a felicidade verdadeira e o amor simples é singelo.

Eu optaria mil vezes por uma vida inútil, ter um sítio que a natureza seja predominante, "criar galinhas e não querer come-las, plantar rosas sem esperar colher", alimentar os pássaros sem esperar seu canto e nem querer prendê-lo, apreciar seu voo sem querer cortar suas asas, escrever livros sem querer publicar, escrever músicas e nem saber cantar, criar meus filhos para viver seus sonhos, ir deitar a noite e esperar o sono.

Queria sorrir mesmo que os dentes estivessem amarelos, andar descalço de pé no chão, respirar fundo e sentir o cheiro do chão, queria uma vida onde me chamassem de “ vagabundo “ queria ser dono do meu próprio coração e não querer dominar o mundo, queria colher apenas o suficiente pra viver, não possuir relógio para que eu não soubesse a hora que poderia morrer, queria ser singelo como uma flor, eu gostaria de ser tão inútil e da vida levar e oferecer apenas amor .

(Inspirado no texto de Lygia Fagundes telles)

Renato Silva

Renatosilva
Enviado por Renatosilva em 01/11/2023
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