Só existo
Eu não vivo
Só existo
Dia após dia
E todos os dias
São tão iguais
Nada muda
A dor acorda-me
E não me larga nem por um momento
E com ela adormeço
Em posição fetal, choro
De desespero, de medo
De tanto sofrimento
E o ciclo se repete
Dia após dia
Interminável
Só queria
Num destes dias tão iguais
Que a dor não me acordasse nunca mais