DOIS GRITOS ANTES DE MINHA MORTE,
Perdida estou,
Ao lembrar o que esqueci,
Ao ver o que não vi,
Se lembro, talvez, já vivi...
Se vejo, talvez, nunca vi...
E choro o que não chorei,
E amo, o que não amei,
Se choro, um dia sorri,
Se amo, ódio jamais senti...
Vagas lembranças,
De um tempo que já passou,
Olhos abertos, atentos, caídos,
Vultos, memórias, amigos,
Dias não esquecidos...
Se lembro do tempo,
Talvez, o tempo ficou,
Se abro os olhos,
Um dia, talvez, se fechou,
As coisas que vejo,
Os olhos, fotografou...
Os gritos, que grito...
Presos em mim ficou...
Dois deles tão forte,
Que o tempo não apagou,
Abraços, suspiros,
Que condenam e absolvem...
Distâncias tão próximas,
Sonhos longíquos,
Amigos que se foram
Sem irem...
Coração que não negou amor...
Se abraços houveram,
Não devo dizer que fui só,
Se distante fiquei,
Um dia me aproximei,
Se os amigos se foram,
Não devo dizer, que me fui...
Se amei, então... simplesmente amei...
A distância, não foi tão longe assim,
Pois o que trouxe pra mim ,
Foi saudades, saudades, sim!!!!
E os gritos, que se libertam,
Refugiam-se do silêncio,
Como se o silencio, fosse a dor cruel,
De morrer, sem acreditar,
Nas coisas que não falei...
No papel, palavras escritas, em vermelho...
Foi o espinho, que cortou meus dedos,
E deixou sangue em meus sentimentos expressos,
Gritos, meus gritos, são meus...
Dias e noites,
Entre inverno e verão,
Momentos da minha vidas,
Que não pensarem, se corromperam ...
Dos amores, tudo de mim,
E uma parte que não se revelou,
Da saudade, este sorriso vazio,
Das vontades, esta regressão infinita,
Dois gritos, são meus, ao resto da vida...
Hora de deixar fluir qualquer sentimento..
Momento certo de ir, para me encontrar...
Quem fui, quem sou,
Não saberei jamais explicar...
Mas, acredito, na intensidade de amar,
Na magnitude de evitar a vida,
Para doar o espaço,
À quem não pôde existir...
Agora, antes de minha morte,
Sinto dois gritos, perfurarem meu coração,
E saírem de dentro de mim....
Del Dias