SIGNIFICADO

A incessante busca por significar a nossa vida e entender o sentido da nossa existência nesse planeta é uma das melhores maneiras de nortear nossa direção em busca de nosso propósito.

Recentemente perdi minha mãe para um edema pulmonar e, a partir desse luto, minha percepção com relação à vida humana mudou bruscamente. Comecei a me fazer perguntas que já fazia antes, porém não tão profundamente. Naturalmente, além das questões físicas e fisiológicas que iniciam e encerram a vida humana, creio que existam significados maiores para chegadas e partidas.

Diante de sua partida, com a ausência e o silêncio presentes, me vi presa em uma gaiola de escuridão sem janelas e sem qualquer fonte de luz. Minha maior, e talvez única representação de amor e afeto familiar havia me deixado. Foram muitas semanas apenas sobrevivendo aos dias que se passavam. Vários pensamentos destrutivos e negativos vinham rotineiramente sentar-se à mesa junto comigo tentando convencer-me a provar de uma bebida desconhecida que, sugestivamente, traria alívio para todo sentimento de amargura. Embora parecesse muito convidativa, em todas as vezes, por uma força maior, neguei.

Até então, sempre fui desprovida de crenças e nunca possui nenhuma fé sobre qualquer ser ou força superior que pudesse estabelecer e nortear todas as relações do nosso universo. Sempre me mantive neutra perante à essas questões, embora soubesse que algumas questões são tão complexas que não podem ser unicamente explicadas pela ciência. Entendi, na partida da minha mãe, que ela me ancorava. Até então, para mim, era indiferente qualquer teoria vinculada ao significado da vida humana. Não importava de onde vínhamos e para onde iríamos porque eu alimentava um sentimento sobre ela de amparo, de âncora, de berço, de ter um “lugar” para voltar se tudo der errado.

Foi então, na sua partida, que inúmeras questões começaram a me vir à tona: O que viemos fazer nesse plano? O que as partidas têm a nos dizer? O que dá significado às nossas vidas? Realmente somos nós que temos controle sob os caminhos que tomamos? Quem ou o quê dita as regras? Aliás, o que de fato são regras? Viemos a esse plano para sentir e gerar felicidade e então estaríamos prontos para partir? Partir para onde? Qual a relação interativa do ser humano e o universo?

A infinidade de teorias existentes sobre a criação nos dá uma certeza: somos seres humanos vivendo uma busca incessante pela evolução. Quando comecei a trazer à tona esses questionamentos em torno da vida e de todos seus possíveis significados fui envolvida em sentimentos e sensações boas. Sentimentos esses que me fazem acreditar que é justamente a busca por esse sentido que nos faz despertar, é como se fosse um sussurro do acaso lhe dizendo: Ei, viver no modo “piloto automático” não vai lhe permitir descobrir qual será seu destino após esse plano.

Adentrar esse universo de possibilidades tem me motivado a ter fé sobre mim mesma. Nada se resume ao acaso ou coincidência, somos magníficos demais para tal.

Que você, caro leitor, possa também mergulhar nas profundezas desse mar de possibilidades e permita-se divertir-se no caminho, lembrando que muitas vezes o fim é um novo começo.

Um abraço.