FESTA…

Meus sonhos são meus melhores amigos.

Sempre me dizem isso. Tantos ontens ao euforizante de mim…

São eles que me saltam os muros da consciência e roubam os tesouros de risos que se esconderam nas gramas dos canteiros e nos jardins de todas as dores mais coloridas;

Eles que correm pelos parques das cidades longínquas por entre as fotos dos lugares conhecidos e me trazem as lembranças inexploradas do meu tempo de viajar desatento…

Quando eles somem assim sei que estão por aí apropriando-me das sensações que, sem querer, revelei a algum desavisado enquanto aconteciam todas aventuras douradas e se revelavam nuas nessa retina eternamente espremida ao sol.

Arruaceiros fraternais… Todos narcóticos desse fleumático que versifica um cochilo que nem fez questão de ser...

Certo dia os vi emoldurando o tempo de ser feliz com arames dos segundos que retiraram dos galhos das plantações de madrugadas nos hectares do meu despertar.

À noite eles voltam fazendo festa. Hedonismos das estrelas… Cansados, mas felizes… Alguns bêbados e cambaleantes chegam tocando as campainhas do meu peito, gritando nas janelas do meu sono as sinfonias das suas odisseias e aproveitando em mim a oportunidade de serem meus amigos apenas enquanto durmo…