Se a morte vem de manhã

"A poesia abaixo foi resgatada de antigos manuscritos datados de 2014.

Na época, indicada ao prêmio 'Poetize 2015'

Dedicado a todas as pessoas que foram breves ou que vivem intensamente."

Se eu morrer amanhã, não quero choro nem agonia

Quero a eterna alegria de repousar em descanso

Se eu morrer amanhã, quero coroas de flores

Quero curar dissabores que tenho por enquanto

Se eu morrer amanhã, quero uma janela pintada com teu nome

Quero ter nadado nu à luz da Lua e de manhã matar tua fome!

Se eu morrer amanhã, pois que me faça em pedaços!

Quebra comigo teus laços porquanto ainda estás viva!

Se eu morrer amanhã, dê-me a certeza de estar bem

Quero ser dentre outros cem, aquela voz que te guia!

Se eu morrer amanhã, quero mil velas azuis

Para celebrar a vingança, da tal esperança que em vida me seduz.

Se eu morrer amanhã, que seja de sexo

Para quebrar a rotina de uma vida sem nexo

Se eu morrer amanhã, quero três corvos mensageiros

Para gritar aos forasteiros que se afastem com seus abraços traiçoeiros!

Se eu morrer amanhã, quero comigo todos meus bens

Cartas d'amor, lembranças, amores, poréns..

Se eu morrer amanhã, não quero virar santo!

Quero ser lembrado como homem, devasso, pueril, humano.

Cristian Arantes
Enviado por Cristian Arantes em 23/03/2022
Reeditado em 23/03/2022
Código do texto: T7479192
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