A forja

"A fortaleza de todo o crente é Deus quem tudo criou."

Se sermos perfeitos fosse a condição para aceitar a salvação, nós não precisaríamos de intercessores... Quando Jesus disse: "Ninguém vai ao Pai, senão por mim", expõe a condição da salvação que é aceitá-lo com todo nosso ser e coração.

O coração no entanto é falho, porque a nossa condição humana também é. Nosso medo de abrigar o Criador é não sabermos honrá-lo dentro das nossas fraquezas, então postergamos até o momento em que achamos que estaremos preparados. Como se pudéssemos brincar de Deus, atingirmos a perfeição por conta própria e então ir a Ele com nossas próprias pernas.

Como filhos, nos é dado esse direito... O direito de ir ao Pai por nossas próprias pernas? Não! O direito de ouvirmos e lermos Suas palavras e continuarmos inertes a Sua presença e assim governando nossas próprias vidas conforme o nosso intuito pessoal, delegando nossos erros às circunstâncias e outras pessoas, crendo que é possível não nos responsabilizar.

Diante das nossas fraquezas ao mínimo abrir do falho coração a misericórdia do Pai e o amor de Seu filho é capaz de nos alcançar, e só então nossa vida passa ser um canteiro em obras, porque ter um espírito forte e destemido para assumir nossas responsabilidades não é sermos rochas inabaláveis, mas reconhecer nossa condição humana de fragilidade. O diamante (mineral de maior dureza que conhecemos até 2018) é um exemplo vivo, ele advém de falhas geológicas e tectônicas, bem como a grande maioria dos nossos minerais bases das ligas de ferro, aço, metais pesados e raros, que nos impulsiona ao desenvolvimento como humanidade, e é também o que nos faz refletir quando retomamos a nossa origem que é falha e imperfeita.

Deus não nos molda para aceitá-lo, somos moldados durante a caminhada com Ele. Em alguns instantes com maior mansidão, outros com maior impacto, durantes os testes diários, no enfretamento dos nossos erros, em meio as nossas fraquezas, no fortalecimento da fé, na construção da nossa intimidade, na permanência da nossa gratidão, vivendo a alegria diária e durante a compreensão que a educação paterna não condiz em nos dar tudo que queremos, mas tudo que precisamos, moldando-nos com leveza e firmeza para que tenhamos um espírito forjado n´Ele.

A principal função da forja é refinar e reduzir diretamente o metal retirando-o as impurezas, preparando-nos para um trabalho que requer olhar muito além da dor e desesperança desse momento. Porque todo aquele forjado jamais retorna ao seu estado original, ainda que em essência sejamos os mesmos. Para qual utilidade seremos instrumentos, só Deus sabe! O fato é que todos nós seremos algum dia, se estamos sendo forjados.

08/12/2021

Keith Danila
Enviado por Keith Danila em 08/12/2021
Reeditado em 08/12/2021
Código do texto: T7402654
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