Tão inocente a noite
Nem sabe que todas as manhãs eu choro
O dia faz longas tardes
Convidando o medo a entrar e se servir

Na crueldade da vida
Prefiro a fraquesa da morte
Por ser ela justa
E sem arrudeios 

E neste dilema
Onde fui esquecida
Colho os meus frutos amargos
Dessa safra comida pelo bicho e apodrecida

Não me lanço aos prazeres
 Eles não são para mim
Antes a solidão do quarto escuro
Antes a sombra mal acabada

Dos liquidos que expele o corpo
Banho-me nas lagrimas de minha bica
Lavo meu corpo com meu pranto
Tenho me ensaboado com meus fluidos

O sagrado vela meu sono
Como vela dos moribundos
E minha alma esterica 
Grita por teu nome

Entro no barco da saudade 
Onde fui deixada pelos marinheiros
E estando eu a deriva desse mar revolto
Espero ansiosa um abrigo na boca da baleia
 
Esmeralda V
Enviado por Esmeralda V em 22/07/2021
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