APRENDIZADOS DA PANDEMIA:O QUE É SUPERFLUO

APRENDIZADOS DA PANDEMIA:O QUE É SUPERFLUO

Após 14 meses de uma reclusão totalmente involuntária mas necessária, nós, seres humanos, temos que buscar o que aprendemos com uma mudança radical de comportamento, que fomos obrigados a adotar, para garantir nossa sobrevivência como indivíduos e como espécie. Ameaçados por um monstruoso inimigo microscópico, que não tem uma cara certa, que é mutante e imprevisível, vivemos uma loteria da morte, distribuída por um vírus que não apresenta critérios identificáveis para eleger quem parte ou não desta para melhor. Enquanto busca culpados ou causas da propagação bem como qual a cura e prevenção ante o Coronavírus causador de Covid-19, a humanidade vive forçadamente de um modo bem diverso do que adotara como uma vida normal. Trancafiados em casa, mantendo distância dos amigos e parentes, utilizando máscaras faciais, e lavando compulsivamente as mãos por conta de um medo próximo ao terror, as pesssoas conscientes da necessidade da vital importância desses pequenos e novos procedimentos procuram, dentro dessas limitações, prosseguir com suas vidas. Nesse novo viver ocorrem reflexões que se tornam necessárias e infinitas questões.

Quando ando pelos aposentos de casa e vejo a imensa e insana parafernália que temos,hoje totalmente sem sentido, noto que o meu olhar mudou sobre o que é necessário para viver.

Desde o começo da pandemia, para sair utilizei dois pares de sapatos, um par de chinelos, duas calças, quatro camisas, duas cuecas e dois pares de meia, para ir às compras ou trabalhar. Compras, uma ou duas vezes por semana, se muito. Olho para o guarda roupa a para a sapateira, não entendo a necessidade de tantas camisas, camisetas, camisas pólo, bermudas, sungas, casacos, tênis, botinas, sapatos e tantas outras coisas que não uso há mais de ano e não me fazem falta. Chego em casa, álcool gel nas mãos,roupas no tanque,banho com muita espuma. Inventar e arranjar o que fazer é a parte mais difícil. Conviver com o vazio é um aprendizado, desfrutar do ócio torna-se uma arte. Em contrapartida as pessoas que trabalham a distância estão exaustas. Ainda não prendemos a respeitar os horários e a vida privada dos outros, e o trabalho ocupa o dia todo. O que é essencial, do que sentimos falta? O planeta mostra que melhora muito sem a nossa danosa intervenção, o meio ambiente parece torcer por nossa permanência em casa.Mas, sem percebermos, mudamos. Vimos o perigo de grandes aglomerações. Mesmo sem Covid, quantas mortes serão evitadas causadas por gripe, dengue, chikungunya, etc., se o uso de máscara tornar-se hábito em locais fechados? Lavar as mãos, manter distância, talvez sejam incorporados ao cotidiano, aprendemos que esses pequenos procedimentos nos preservam a saúde. Aprendemos a olhar mais pelas janelas, a conviver com a saudades dos nossos amigos e parentes. Principalmente a ter fé que as coisas melhoram, que equilíbrio emocional é fundamental, que a distancia não diminui o amor.

Mas o essencial é a caridade, o amor ao próximo, como nos ensina o Espiritismo. Presenciamos muitas lições de altruísmo, que precisam serem seguidas, dadas por pessoas simples que se doam para diminuir o sofrimento de vulneráveis.

Depois tem mais...

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 03/04/2021
Código do texto: T7223307
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