O que você quer fazer?

É triste, mas é um fato. As pessoas adoram dizer o que devemos ou não fazer. Adoram palpitar. Adoram apontar a direção certa e escolher aquele que seria o melhor caminho para nós. Mas poucas nos perguntam o que nós realmente queremos fazer. Então eu quero saber nesse momento. Nós não nos conhecemos. Você não precisa se acanhar diante de mim. Pode ser você mesmo. Aliás, teríamos muito a aprender se permitíssemos que, diante de nós, as pessoas fossem quem elas realmente são, sem as nossas distorções, sem as nossas reprovações, recebendo simplesmente a nossa compreensão. Quero saber: o que você quer fazer da sua vida? Pense sobre isso com carinho. Seja sincero ou sincera com a sua própria existência. Qual é o seu verdadeiro desejo nessa vida?

Não há certo. Não há errado.

Há apenas o que você quer.

E se não prejudicará a integridade de ninguém, juízos de valor não importam, discursos moralistas muito menos, importa apenas o que garantirá a sua felicidade, o seu prazer, a sua satisfação nesse mundo.

As pessoas não sabem nem o que é melhor para elas mesmas, vamos considerar que sabem o que é melhor para nós? É em erro. É um erro dar as rédeas da nossa vida para os outros. É um erro permitir que opiniões ou achismos alheios ditem o que devemos ou não fazer. Ninguém está dentro de nós, em contato com os nossos sentimentos, convivendo com os nossos sonhos para, então, desmerece-los, desvalorizá-los, reprova-los ou separá-los entre o que é aceitável ou não. Ninguém vive a nossa vida. Ninguém além de nós mesmos pode dizer o que nos fará feliz, qual caminho é o melhor, qual escolha é a mais adequada.

É claro que teremos pessoas ao nosso lado cheias de sábios conselhos. Mas são pessoas que independente de qual seja a nossa decisão estarão ao nosso lado, irão nos apoiar, irão nos conceder sua compreensão. Estas pessoas devem ser valorizadas, até mesmo ouvidas, são pessoas que merecem caminhar conosco. É uma pena que subestimamos estas e nos prendemos às controladoras, às que tomam para si a função de juízes sobre assuntos que não podem entender. Por que fazemos assim? No fundo temos medo de nos arriscar, no fundo tememos mais os discursos ameaçadores daqueles que tentam nos dirigir e desmerecemos as falas daqueles que só querem nos encorajar. No fundo queremos ter alguém para culpar caso as coisas deem errado, por isso preferimos seguir pelo pensamento dos outros. Mas ser livre é exatamente isso, é ser responsável por aquilo que escolhemos. Uma vez responsáveis por nosso próprio destino, nada nos amedronta, apavora, nada nos priva de voar, porque além de responsáveis seremos abertos ao que a vida pode nos ensinar. Não estaremos presos a ninguém se não a nós mesmos. Não precisaremos do perdão de ninguém, apenas do nosso, para que depois de cada queda possamos nos levantar a persistir na caminhada rumo a uma vida inspiradora!

(Texto de @Amilton.Jnior)