O encontro

Ele veio numa manhã de domingo moveu meus dedos como se fossem seus, me tomou em seus braços como se pudesse dissipar toda sua força em dois abraços.

No primeiro tocou a fragilidade, desmontou meus ossos, quebrou o que já pensava conhecer, tirou o gesso do tempo, ultrapassou a carapaça da felicidade, foi além do que era óbvio e encontrou as incertezas que diziam ser tão certas, tão cheias de mim... De uma intensidade tamanha o abraço me envolveu, me desmanchou e acolheu, como se pudesse juntar tudo o que tinha acabado de quebrar.

Ele veio numa manhã de domingo e tocou meu sono, como se ele fosse uma extensão do que meus olhos limitados não poderiam enxergar. Me abraçou pela segunda vez como se pudesse preencher, ensinar, o que certamente a dura vida me ensinaria com duras medidas. No segundo abraço, miserável ser me vi, vagando por sonhos sem orar antes de dormir. A deriva da vida, sem porto e sentido, insegura da própria existência.

Ele, parecia ver além do que eu disponibilizava mostrar, ia em lugares que por vergonha nem mesmo me permitia olhar, me alcançava e resgatava, me dava um lar e estava no barco como se pudesse dizer: "Não temas, estou aqui. Pegue o véu e se abrigue."

Era domingo, 17 de maio, a noite em que mesmo sem merecê-lo, pude vê-lo, ouvi-lo, abraça-lo, e senti-lo dentro de um sonho, em que ao acordar me fez conhecer paz no seu maior e profundo significado.

14/03/2021

Keith Danila
Enviado por Keith Danila em 14/03/2021
Reeditado em 14/03/2021
Código do texto: T7206761
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