Dia 13

Como o tempo é cruel e ao mesmo tempo reconfortante.

Quantos anos se passaram, por vezes já nem sei.

Só sei que o sentimento é o mesmo e é de saudade.

Há tempos perdi aquele que mais amei, meu pai.

Com ele aprendi que ser feliz, independente do que esteja acontecendo é o que importa.

Confesso que nunca o vi triste, nem nos seus piores dias.

Acho que ele queria demonstrar o quão forte era ou ao menos parecia ser.

Ele era frágil e a vida sendo um sopro como é, ele teve que partir.

Mas eu fiquei e pude me ver triste.

As lembranças cada vez menos se tornam presentes.

Há momentos que não sei se os vivi ou foram apenas sonhos.

Queria eu me lembrar do tom de sua voz, cantando e tocando aquele violão emprestado em notas desconcertadas.

Melodias que significavam momentos de alegria e pra mim ele era o melhor cantor.

Queria eu ter a chance de te reencontrar, seja como for.

Saudade da voz, do respirar.

Da vida que você perdeu neste dia há anos atrás.

Queria eu que o mundo não existisse doenças traiçoeiras que levam pessoas importantes de uma hora pra outra.