Canto de Ninar da Solidão

Ela se veste de preto

Sua sombra é cinza e não tem pés

Sua capa por onde toca, deixa tudo sem sentido

O seu olhar é vazio e suas mãos são frias

Ela se apressa em me trazer um líquido e eu me apresso em beber

Amargo e corrosivo, dói quando toco na sua cuia.

O olhar vazio me encara, um olhar sem esperança me transfere, então me deito.

Digo, ''Querido, poderia aquecer uma chama ao meu redor, esta tão frio aqui.'' Sem resposta., pois não estou mais ali, o líquido já me fez emergir em tristeza e desespero.

Não há quem possa vê-la, todos ao meu redor veem apenas a cobertura de confetes coloridos, mas não sabem a podridão que há em seu interior.

Pobres, são solícitos ao cortar, mas não conseguem suportar o fedor que exala o lindo bolo. O bolo então é deixado de lado, todos se vão.

E então, lá esta ela, com seu olhar frio, me faz deitar novamente e se repousa do meu lado, fazendo-me sufocar com sua capa, ela quer me ver apenas dormir e então vem o silencio mais barulhento que há. É canto de ninar da Solidão.

Marianaa
Enviado por Marianaa em 22/12/2020
Reeditado em 08/01/2024
Código do texto: T7141597
Classificação de conteúdo: seguro