O amor está em extinção

Falar sobre amor implica fazer um mergulho dentro de nós mesmos, identificar nossas experiências com tão grandioso sentimento que inspirou maravilhosos poetas a versejarem artisticamente. Todos sabem o que é o amor, ou então imaginam o que significa esse sentimento denominado por uma palavrinha tão pequena, mas de significado e essência imensas. Como disse Platão, “ao toque do amor, todas as pessoas se tornam poetas”.

Mas não me refiro apenas ao amor romântico, aquele que embriaga os apaixonados, que arranca suspiros, que causa formigamentos no estômago e que arrasta multidões às livrarias ou aos melhores cinemas. Esse é apenas um tipo de amor. Há muitos outros sobre os quais precisamos refletir, precisamos pensar e reconsiderar a forma como os interpretamos ou vivemos. É o amor de amigos, o amor de pai para filho, o amor de irmãos e até o amor fraterno, aquele que temos pelos nossos semelhantes sem nem ao menos tê-los vistos em alguma época de nossas vidas, o amor que nos motiva e estender a mão a um desconhecido, o amor que nos causa dor quando vemos injustiças.

Ou deveria causar dor.

Talvez você concorde comigo, talvez não, não tem problema, o importante é que nas páginas a seguir você possa ter um momento de reflexão, de entendimento, que você pare para analisar a forma como temos vivido nossos amores nesses últimos tempos, tempos nos quais parece que o ódio irracional (não que algum tenha razão para existir) tem se proliferado como uma epidemia, tempos nos quais a soberba humana tem se sobreposto às atitudes como compaixão, empatia e compreensão. Vivemos tempos nos quais as pessoas parecem ter se perdido na filosofia do amor, esqueceram como se ama ou nunca aprenderam o que é amar. Tempos nos quais a dor do outro já não incomoda tanto, a dificuldade do outro não é vista como nosso problema, tempos em que apenas o nosso “Eu” quer ser notado e acariciado. Nosso comportamento nesses últimos tempos tem sido de um egoísmo intenso e profundo. Parece não existir mais espaço para a paz dos afetos humanos. Aos meus olhos o amor está em extinção, tem dado lugar a contendas e segregações, já não somos um só, somos vários uns, como se estivéssemos todos em nossas próprias ilhas ignorando o fato de compartilharmos o mesmo mundo.

(Você continua a leitura desse texto na Revista Coisas da Vida que disponibilizei na seção de "e-livros" aqui no Recanto das Letras. Você ainda aprenderá sobre a Comunicação Não-Violenta e vamos discutir sobre a preciosidade de Tempo. É gratuito. Aproveite!)