Não foi 2020 que não deu certo

De repente, as luzes se ofuscaram, os sonhos se nublaram, os planos deram lugar à necessidade de sobreviver. O mundo parou em função de um ser microscópico. E esse ser tão pequenino, que sequer tem vida própria, pois necessita de hospedeiro, foi capaz de esvaziar escolas, fechar fábricas, paralisar o comércio, ceifar vidas e prender outras dentro de suas próprias casas. O medo se disseminou; a angústia, as perdas, as incertezas do futuro ampliaram-se e, com isso, surgiram novos pacientes da neurologia e da psiquiatria. Bastou um vírus para provar à humanidade quão frágil ela é. Mas não foi suficiente para sensibilizar governantes sem escrúpulos e mostrar-lhes que a vida é um sopro, que juntar tesouros de forma desonesta nesta Terra que não será sua para sempre, não garante sua eternidade aqui, tampouco, poderá comprar sua vida caso o cosmos resolva pregar-lhe uma peça. Somos todos passageiros de um mesmo trem e, uma vez descarrilhados os vagões, o destino geral será idêntico. Uma oportunidade de reflexão para todos os povos: vocês viverão como, onde e por quanto tempo for permitido; vocês não têm poder de negociação, o apagar das luzes chega para qualquer um, não importa quem você pensa que seja ou quão grande pensa que é! O ser humano é frágil e dependente de uma força maior que ele não controla, não manipula e não engana. Apenas uma pequena mostra do que pode acontecer da noite para o dia! Talvez um alerta para percebemos que não foi 2020 que não deu certo, foram as pessoas que se corromperam.