O amanhecer sem chão

O arrepio espontâneo do meu corpo ao vê-lo passar para banho, o lençol espalhado pelo chão, o cantarolar das estrelas indo ao encontro do amanhecer e nós, e eu com a preguiça matinal de sempre, saboreando a noite que foi apenas uma criança, solicitando novamente seu colo quente e acolhedor...

Os últimos banhos, já não falavam a mesma língua, está século distante de serem eles, os mesmos... Era só ouvir o barulho d’agua caindo, para a festa começar...

Já é tão estranho, vazio!

A rapidez ao desligar a luminária, a sinfonia aquática já não tem as mesmas notas musicais...

O velho toque, se em dias atuais, seriam eles , motivados pela

quarentena ou distanciamento social!

Éramos tão jovens, fugazes e cheios de sonhos!

A taça não tem mais utilidade em noites frias, o vinho solitário perdeu totalmente o aroma e cor !!!

O Box embaçado serpetea apenas um único corpo.

x x x

#relatos de um coração adormecido

Ana Cunha
Enviado por Ana Cunha em 15/05/2020
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