Seria o sexo masculino o sexo frágil?

Sempre me perguntei por que muitos homens sentem a necessidade de agir como trogloditas, por que quando estão em rodas de amigos precisam vulgarizar em seus “elogios” às mulheres e as objetificarem como meros objetos de satisfação, por que reprimem com todas as forças as demonstrações de sentimentos, por que são tão duros consigo mesmos tentando provar uma masculinidade rígida e inquestionável. Através de tais reflexões, atento a tantos movimentos que acontecem no meio da sociedade, cheguei a uma possível conclusão: falam tanto que as mulheres são o sexo frágil, talvez por elas se permitirem ao choro, por se permitirem às demonstrações de afetos, por saberem falar sobre sentimentos, por não agirem de forma grosseira, por serem sensíveis ao outro. No entanto não concordo que considerá-las do sexo frágil seja honesto e justo, elas vivem, sabem viver, enquanto que, para mim, os verdadeiros frágeis são os homens que não suportam a ideia de terem sua virilidade contestada.

Muita da violência cometida pelos homens contra as mulheres e contra membros da sociedade LGBT se dá por essa fragilidade com a qual eles não conseguem lidar. Precisam mostrar que estão no comando, precisam mostrar que em seu braço há força, precisam esbravejar que são homens “com H”. É mesmo necessário se comportar como um monstro? Isso apenas mostra o quanto são inseguros e receosos, quem se ama e sabe quem é pouco se importa com o quê vão falar ou pensar.

O verdadeiro sexo frágil é mesmo o masculino. Uma vez contrariados ou questionados de uma forma que não aprovam, muitos homens se rebelam exageradamente, perdem a razão por tão pouco, ao invés de argumentos se usam de uma brutalidade que faz mal não apenas ao alvo, mas ao próprio homem que insiste em viver como durão, que insiste na ultrapassada ideia de que homem não chora, que insiste no cruel e injusto pensamento de que para ser homem é necessário provar. Provar o quê? Provar por que e para quem? Sejamos de fato fortes, não vamos nos abalar por coisas pequenas, usemos nossa força para lutar pelo oprimido, para carregar no braço o desfavorecido, vamos chorar se sentirmos vontade, permitamos que lágrimas de alegria ou de saudade rolem pelos nossos rostos, sejamos de fato galanteadores, sensíveis e humanos. Não precisamos nos transformar em um animal para sermos homens, somos humanos, não se esqueça disso, humanos sentem emoções, são afligidos por sentimentos, isso porque são vivos, quando estiver morto aí sim, aí não poderá mais sentir...

< Texto de @Amilton.Jnior >