O PARADGMA DO ABSURDO

Não existe maior absurdo do que fundar o seu ideal de vida na exploração e no aviltamento do próximo como forma de angariar algum prestígio. Deveríamos sempre ser educados, desde a tenra idade, na ética do respeito por quem vive e sofre, numa ética que não faz acepção de pessoas, e nunca numa cultura que incute uma ânsia de grandeza e notabilidade que só visa os interesses estritamente individuais. Infelizmente vivemos numa cultura onde até mesmo os subordinados e explorados sonham em estar um dia na posição de homens de poder e de dominação, fazendo exatamente o que fariam os seus chefes opressores se tivessem a oportunidade de uma grande ascensão. Muitos que vivem na posição de escravos não anseiam superar a sua condição com o intento altruista de transformar ou ressignificar o paradigma das relações humanas de explorador-explorado ou de senhor-escravo através de condutas fundadas na integridade pessoal, condutas essas desprovidas de qualquer teor de bajulação e egocentrismo. Na verdade, se tivessem a chance de galgarem o topo da pirâmide social, manteriam o mesmo sistema, mas com uma única diferença: a de serem eles mesmos os senhores sob a condição de poderem decidir de maneira despótica o destino de seus servos.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 21/02/2020
Reeditado em 21/02/2020
Código do texto: T6871151
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